Wednesday, August 23, 2006

Friday, April 07, 2006

Aborto: vale a pena?
W. Gabriel da Silva

Há duas formas de sofrer uma agressão sexual. A mais evidente é por exemplo a moça que sofre um estupro. Mas acho que é também agredido quem é obrigado a ver o que não quer ver. E nesse caso cabe a publicidade agressiva, a pornografia, as modas, a permissividade geral da própria sociedade. O que deixa o campo aberto ao amor livre.O Ministério da Saúde do governo Lula da Silva anunciou com grande publicidade a distribuição de 25 milhões de preservativos durante o carnaval. Pode-se imaginar o que isso representa de tentação para milhões de jovens de ambos os sexos, numa idade imatura, de si problemática pela própria evolução do organismo humano, além da instabilidade própria a uma personalidade em formação, que ainda não tem noção clara do que é a sua responsabilidade perante a vida. Assim, é inevitável que nas condições apontadas se produzam gravidezes indesejadas aos milhares e aos milhões. E muitos pensam no aborto. Àquelas e àqueles que pela fraqueza da carne ou qualquer razão, depois de ceder ao pecado se encontram diante da tentação do crime, peço que, para o seu próprio bem, examinem com atenção os principais aspectos da questão.A gestação de uma vida: alegrias e angústiasTheresa Burke, fundadora da Rachel's Vineyard Ministries, da Pennsylvania, EUA, organização que dá assistência a milhares de mulheres com problemas psicológicos ou mentais por terem abortado, em entrevista à agência vaticana Zenit discorre sobre as misteriosas relações psicológicas entre a mãe e o nascituro. Estas se baseiam em diversos elementos físicos e hormonais, mas também o ambiente – o sistema social e cultural no qual se insere – influe sobre a mulher.Sintetizo a seguir o processo descrito por Burke: para a maioria das gestantes, o primeiro trimestre é de expectativa e de fervor. Ou de raiva e de temor, se for uma gravidez indesejada. Também são comuns sentimentos contraditórios: a mãe maravilhada pelo mistério da vida que gera em seu corpo, ao mesmo tempo que pode sentir-se opressa pela carga de responsabilidade.Com o progresso da gravidez, mãe pode experimentar sentimentos tanto positivos como negativos. No terceiro trimestre poderão sobrevir ansiedades quanto ao parto, preocupações com a saúde da criança ou como o pai se comportará com a presença de mais um membro da família, como também angústias quanto às novas exigências econômicas. Ao mesmo tempo, deverá estar cheia de esperança pelo nascimento que dará início a nova fase em sua vida.Quando se dá o parto e a mãe pode tomar nos braços a sua criança, o mistério, a maravilha, o entusiasmo culminam e um poderoso vínculo se estabelece entre os dois seres. É um processo de dores e alegrias cheio de beleza, que a mãe suportará com maior ou menor facilidade na media em que tiver apoio afetivo, preparo. Tudo correrá melhor sobretudo se tiver fé e confiança na ajuda sobrenatural. Assim descrito sumariamente o processo de gravidez, enfrentemos a pergunta incômoda: pode ele ser interrompido? É moralmente lícito praticar o aborto?Operação ou assassinato?Com aparelhagens modernas e meios sofisticados de nossos dias, as pesquisas acompanham na perfeição, os vários graus de desenvolvimento intra-uterino do feto. Tais experiências mostram com nitidez cada vez maior que a criança, uma vez concebida, é realmente carne da carne e sangue do sangue de seus pais, numa maravilhosa manifestação da vida humana no ventre materno. Embora enclausurada e dependente da mãe, esse ser já é outra pessoa, com características próprias.Por isso, quando há cerca de um mês o presidente da Academia Pontifícia da Vida, Mons. Elio Sgreccia, disse que “o embrião é, de qualquer forma, um filho”, não se tratava apenas de uma afimação de princípio de ordem religiosa, mas também científica. Sua afirmação foi feita justamente a propósito de sua intervenção no Congresso Internacional sobre “O embrião humano na fase da pré-implantação: aspectos científicos e considerações bioéticas”, apresentado no Vaticano em 27 e 28 de fevereiro passado.No mesmo sentido pronunciou-se o Bento XVI, em audiência aos participantes do referido congresso. “O amor de Deus não faz diferença entre o recém-concebido que está no seio de sua mãe e o menino, o jovem, o homem maduro ou o ancião”, afirma o Papa. E ressalta que “todo ser humano, em qualquer estágio ou condição de sua vida, resplandece com um reflexo da própria realidade de Deus. Por isso o Magistério da Igreja proclama constantemente o caráter sagrado e inviolável de toda vida humana, da sua concepção até o seu fim natural”.Assim,o aborto não é uma simples operação – é um homicídio.Os riscos para a saúde da mulherOferece o aborto algum tipo de risco para a saúde da mulher que o pratica?A resposta é: sim, sobretudo efeitos psicológicos, que podem ir do abuso do álcool às drogras, à depressão e até a riscos de suicídio. Tais riscos são apontados em estatísticas citadas por Theresa Burke na mencionada entrevista, onde ela mostra queuma das conseqüências naturais mais freqüentes do aborto é a depressão. A memória e os sentimentos contidos por causa do aborto tornam-se fontes de pressão, que pode explodir de modo inesperado a uma distância de anos, sob a forma de distúrbios emotivos ou de comportamento. Segundo a entrevistada, o fato de a mulher ser assaltada pelas próprias reações instintivas ligadas à perda da criança constitui um dos maiores problemas, pois ela não compreende bem o que se passa em si mesma.O Prof. David Fergusson, pesquisador da Escola de Medicina de Christchurch, Nova Zelândia, achava que o aborto não comportava nenhuma conseqüência psicológica. Mas o estudo que ele fez demonstrou o contrário: as mulheres que praticaram aborto têm mais possibilidade de ter uma doença mental na ordem de uma vez e meia superior às outras outras e possibilidade duas ou três vezes maior de se tornarem dependentes de tóxicos ou de abusar do álcool.Fergusson analisou uma amostragem de 500 mulheres, do nascimento à idade de 25 anos. “Aquelas que abortaram apresentavam elevadas possibilidades de ter sucessivamente problemas de saúde mental, entre os quais a depressão (aumento de 46%, ansiedade, comportamentos suicidas e dependência de tóxicos”, afirma o estudo, publicado no Journal of Child Psychiatry and Psychology. De fato, o aborto é responsável por uma série de fenômenos graves como: aumento de 160% na taxa de suicídios nos Estados Unidos em 2001, segundo Archives of Women’s Mental Health; aumento de 225% na taxa de suicídios na Grã-Bretanha em 1997, conforme o British Medical Journal; aumento de 546% na taxa de suicídios na Finlândia em 1997, de acordo com a Acta Obstetrica et Gynecologica Scandinavica. Em suma, a média dos aumentos na incidência do suicídio relatados por esses três estudos é de 310%, contrariando claramente a idéia de que pôr fim à gravidez seria mais seguro do que dar à luz a criança.Outro estudo de grande autoridade revela a ligação entre o aborto e os problemas psiquiátricos. Segundo os Archives of Women's Mental Health, nos quatro anos após o aborto as mulheres que o praticaram recorrem à psiquiatria na ordem de 67% acima do normal. E em 2001 os dados revelaram que as mulheres que abortaram tiveram reações de ajustamento, com psicoses depressivas e distúrbios neurológicos e bipolares.Também o risco de depressão ou psicose depois do parto para os nascimentos desejados é maior ns mulheres que abortaram anteriormente. Para a média de oito anos posteriores ao aborto, as mulheres que o praticaram apresentam uma propensão de cair em depressão na ordem de 138% acima das mães que deram à luz normalmente, mesmo tendo gravidez indesejada. É o que relata o British Medical Journal, de 19-1-2002.No que diz respeito ao alcoolismo e às drogas, o American Journal of Drug and Alcohol Abuse publica dados reveladores referentes aos Estados Unidos, em 2000: as mulheres que abortaram são quatro vezes e meia mais propensas a esses vícios, em conseqüência da dor interior que as atormenta. Note-se que esses dados só consideram as mulheres cuja dependência é registrada, sem contar muitas outras que procuram aliviar-se na bebida ou nas drogas sem ser captadas pelas estatísticas.Além disso, 55% das mulheres que abortaram afirmam ter incubos (espécie de pesadelos diabólicos) e obsessões a respeito do aborto; 73% dizem ter flashback, ou seja, o problema lhes vêm à mente como flashes fotográficos retroativos; 58% tiveram pensamentos suicidas; 68% estão descontentes consigo mesmas; 79% sentem-se culpadas e incapazes de perdoar-se; 63% temem futuras gravidezes e a idéia de se tornarem mães; 49% não se sentem bem perto de um recém-nascido; e 67% se dizem “sentimentalmente insensíveis”.Pode haver balanço mais terrível? Entretanto, não é tudo. Muitos outros estudos e experiências clínicas demonstram que muitas mulheres têm problemas de disfunções sexuais, desordens alimentares, aumento do consumo de cigarros, ataques de pânico e de ansiedade, relações conflituais com os próximos devido ao trauma do aborto.Assim, ainda que não tenha Fé, não creia na vida eterna, pelo simples bem de sua saúde toda mulher deve medir bem o mal que representa o aborto antes de cometer esse crime.
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